Você não precisa de uma última mensagem ou uma última conversa, porque perder o seu tempo dizendo como você se sente para alguém que não se importa só vai fazer você se sentir ainda mais ferida.
Era assim que começava um vídeo que apareceu pra mim no TikTok esses dias. Uma pedrada logo cedo, que me fez stalkear o perfil da diva @psimyrelaferrancini e encontrar mais vários vídeos que eu precisava ouvir.
E eu não terminei nenhum relacionamento recentemente, nem briguei feio com uma melhor amiga. Eu não tô numa situação de última conversa nem de longe.
Mas uma coisa que aconteceu esses dias e me fez pensar bastante foi me ver dentro de uma briga de outras pessoas, com elas falando sobre mim ali, na minha frente, e pedindo que eu respondesse algo, mas sem a menor pretensão de me ouvir.
Talvez fique muito abstrato para entender sem eu ter que explicar demais, mas o ponto é que eu me peguei pensando por muito tempo se eu deveria falar algo sobre uma situação que eu vivi. Se eu deveria responder.
No primeiro momento, eu fervi de raiva e logo quis pegar o celular pra digitar o textão. Depois, pensei que seria melhor responder de cabeça fria - uma ideia melhor. Por fim, concluí que não deveria responder nada, porque não era sobre mim e porque não tinha resposta certa ali. Mas, principalmente, porque senti que eu não seria escutada.
Por coincidência, ou não, no mesmo dia eu caí no episódio do podcast “Gostosas Também Choram”, da Lela Brandão, intitulado: ser compreendido é superestimado.
Entre muitas coisas, nele a Lela fala sobre como tentar convencer os outros do que a gente é, do que a gente sabe, sente e faz é exaustivo. Fala sobre como é mais fácil ser colocada no papel de vilão, do que alguém tentar entender as motivações da sua personagem. Sobre como buscar ser compreendido não é o caminho para nenhum tipo de validação.
E um terceiro elemento dessa news, é que, semana passada, eu escrevi um post super difícil para o Instagram da Não Tenho Roupa, falando sobre o exposed chinês e o consumo de luxo no Brasil. Eu pesquisei bastante, eu consumo esse assunto há um tempo e eu fiquei horas escrevendo aquele texto.
Eu não costumo me incomodar com haters, mas me incomodei tanto lendo alguns comentários que não consigo mais assistir ou ler qualquer matéria sobre esse assunto. Muito provavelmente, porque eu só queria ser compreendida. Não pelas 7 mil pessoas que curtiram o post, aquelas não bastam. Mas pelas outras 30 que criticaram (e não entenderam o que eu queria dizer!!! kkkk).
Eu não compreendo tantas coisas que as minhas melhores amigas fazem, como eu posso esperar que um estranho me entenda completamente?
Ser compreendida é superestimado e, muitas vezes, um feito impossível de ser conquistado. E talvez você precise escutar isso aí também - e repetir como um mantra mais um milhão de vezes, até fixar no cérebro.
Prometo que você será mais feliz depois.
A Novela Vale Tudo: Vou começar com uma indicação bem mainstream, que você com certeza já ouviu falar, mas talvez ainda não tenha dado uma chance. A nova - nem tão nova assim - novela das 9 da globo é uma delícia de assistir e eu quis trazer ela aqui para te lembrar de consumir (e exaltar!) também os conteúdos nacionais. Quantas séries/filmes você assiste que se fala em português, se passa no Brasil e aborda pautas sociais latinas? Novela é cultura brasileira pura e eu amo.
O Livro de Culinária Jerusalém: Eu adoro me arriscar na cozinha, mas só quando tenho uma boa receita pra seguir em mãos. Todos os livros do Ottolenghi são garantia de sucesso, mas esse superou as expectativas já nas primeiras receitas. Pra quem gosta de comida árabe fácil de fazer, misturança de tempêros e experimentar coisas novas.
O Podcast Psicologia na Prática: Em quase 100 edições de newsletter eu com certeza já devo ter indicado ele por aqui, mas como a pauta foi terapia pura, achei que era o momento de trazer essa dica de volta. Episódios semanais, curtinhos, pra refletir e tentar colocar algum exercício de autoconhecimento novo em prática a cada semana.
O Livro John, Yoko e Eu: a gente fez mais uma publicidade essa semana para a Editora Sextante e eles não nos pagaram nada para indicá-los por aqui, mas eu acho tão legal fazer publi de livros e a gente se divertiu tanto nesse que preciso recomendar aqui também. Para quem adora os aulões da Universidade da Cultura Pop no nosso Instagram esse é um livro todo sobre isso.
Eu sei que o top tvz deveria incluir apenas clássicos da mtv, mas eu tô viciada nessa e me perguntando se não subestimei esse álbum no passado. Fica essa pergunta pra você também.
Espero que você tenha gostado da sessão de terapia de hoje ou que pelo menos as indicações sejam aproveitadas.
um beijo e até a próxima,
victória
sempre que vejo um texto sobre esse assunto paro pra ler... já vi várias opiniões que variam entre 8/80, mas é interessante pensar em como essas questões continuam nos afetando
Concordo totalmente! Às vezes, já é desafiador ser compreendido por quem nos ama e nos conhece — imagine então por estranhos que, muitas vezes, estão ali apenas para espalhar ódio gratuito. Cada pessoa carrega suas próprias experiências e visões de mundo, por isso pode nos interpretar de maneiras tão diferentes, muitas vezes distantes de quem realmente somos. Acredito que o foco maior deve ser no autoconhecimento: entender e aceitar quem somos é um processo longo, mas extremamente gratificante. Amei o post, parabéns pelo conteúdo! 💞